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Não tenho nada a acrescentar, está tudo dito.
Ramiro Lopes Andrade
Fonte: TUGA.PRESS
Carta aberta de um
português que está farto: “Escrevo esta carta porque é um covarde…” ( Antonio
Monhé Costa Bosta )
Esta carta aberta foi partilhada por Gaspar Macedo,
que no seu Facebook diz que “não podemos ter uma voz se recearmos o risco de
críticas”.
“Carta aberta de um português que está farto.
Caro primeiro-ministro, estou farto de ver
políticos como o senhor recusarem assumir responsabilidades sempre que uma
catástrofe se abate sobre Portugal.
Esta carta não é politica e não a escrevo porque é
socialista.
Escrevo, porque é um covarde.
A verdade, é que depois de tantos
anos de teatro politico, o Estado falhou e continua a falhar aos portugueses.
Quando 3,4 milhões de euros são desviados do fundo
para reconstruir casas de vitimas de incêndios, a responsabilidade é do Estado.
Quando o governo usa fundos para as regiões menos
desenvolvidas e mais afetadas pelos incêndios para alargar o metro ou comprar
autocarros para lisboa, a responsabilidade é do Estado.
Quando o governo deve 35 milhões de euros aos
bombeiros portugueses, a responsabilidade é do Estado.
Quando uma portuguesa desespera com o fogo a dois
metros de casa ou um pai perde a mulher e as filhas para o fogo, enquanto lutam
durante horas e horas sem sinal dos bombeiros ou da proteção civil, a culpa é
do Estado.
Quando o governo escolhe encher os cargos de
comandantes operacionais com militantes de partidos, renegando o mérito, a
responsabilidade é do Estado.
Quando um português espera três anos por uma consulta
ou cirurgia, a responsabilidade é do Estado.
Quando doentes graves esperam
horas e horas nas urgências dos hospitais ou crianças vitimas do cancro são
tratadas nos corredores dos hospitais, a responsabilidade é do Estado.
Quando empresários recebem empréstimos de centenas
de milhões de euros de um banco publico sem quaisquer garantias, a
responsabilidade é do Estado.
Quando esses empresários vão depois gozar com a
cara dos portugueses nas comissões de inquérito ou nas televisões, dizendo que
“não tenho dividas” ou “não me recordo”, a responsabilidade é do Estado.
Quando provas de crimes são destruídas com ordem de
dirigentes políticos e de justiça, a responsabilidade é do Estado.
Quando 14 mil milhões de euros dos portugueses são
gastos em resgates de bancos, depois de anos e anos de avisos e impunidade, a
responsabilidade é do Estado.
Por isso, caro primeiro-ministro, o Estado falhou
aos portugueses e continua a falhar.
Aqui os políticos choram as tragédias em
vez de as evitarem.
O tempo passa, promessas e anúncios são feitos, mas nada
muda.
Os que procuram responsáveis são os vilões e os que a deviam assumir
escondem-se atrás de um “não comento” ou vão de férias.
Estou farto.
Tenho dito.”