Fonte:
https://www.jn.pt/mundo/italia-regista-133-mortos-num-dia-e-chega-aos-366-11901769.html
Coronavírus 08/03/2020
Itália regista 133 mortos num dia e chega aos 366
O número de mortos em Itália devido ao novo coronavírus subiu, este domingo, para os 366, um aumento de 133 pessoas face a sábado, divulgou o chefe da Proteção Civil italiana, Angelo Borrelli.
Os casos de contágio são já de 6.387, um aumento de 1.326 face a sábado, de acordo com a agência Efe, e localizam-se sobretudo na região da Lombardia, no norte do país.
Um homem recebe assistência em uma barraca médica de pré-triagem em frente ao hospital Cremona, em Cremona, norte da Itália, em 4 de março de 2020. (Miguel Medina / AFP via Getty Images)
Itália anuncia quarentena que afeta um quarto da população
PEQUIM (Reuters) - O primeiro-ministro da Itália anunciou uma ampla quarentena de coronavírus no início do domingo, restringindo os movimentos de cerca de um quarto da população do país, na tentativa de limitar contágios no epicentro do surto europeu.
Logo após a meia-noite, o primeiro-ministro Giuseppe Conte assinou um decreto que afeta cerca de 16 milhões de pessoas no próspero norte do país, incluindo a região da Lombardia e pelo menos 14 províncias nas regiões vizinhas. As medidas extraordinárias permanecerão em vigor até 3 de abril.
"Para a Lombardia e para as outras províncias do norte que eu listei, haverá uma proibição de todos entrarem e saírem desses territórios e também dentro do mesmo território", disse Conte. "Exceções serão permitidas apenas para necessidades profissionais comprovadas, casos excepcionais e problemas de saúde".
Depois que a cidade de Veneza cancelou seu querido Carnaval e os governos alertaram os cidadãos contra a viagem à Itália, o país está enfrentando uma possível recessão. As taxas de ocupação do hotel na cidade da lagoa caíram de 1% a 2%.
“A superfície do Grande Canal é como vidro, porque os barcos que transportam mercadorias não estão lá. Nos vaporetti (ônibus aquáticos), existem apenas cinco ou seis pessoas ”, disse Stefania Stea, vice-presidente da associação hoteleira de Veneza.
A Itália viu no sábado seu maior aumento diário de casos de coronavírus desde o início do surto no norte do país, em 21 de fevereiro.
Em sua atualização diária, a agência de proteção civil da Itália afirmou que o número de pessoas com o coronavírus aumentou 1.247 nas últimas 24 horas, elevando o total para 5.883. Outras 36 pessoas também morreram como resultado do vírus, elevando o total para 233.
Houve caos e confusão na cidade de Pádua, no norte da Itália, na região de Veneto, com a notícia espalhada na noite de sábado de que o governo estava planejando anunciar a quarentena.
Bares e restaurantes lotados foram esvaziados rapidamente, pois muitas pessoas correram para a estação de trem em Pádua. Viajantes com malas, usando máscaras, luvas e carregando frascos de gel desinfetante abriram caminho para os trens.
Antes de Conte assinar o decreto de quarentena, Stefano Bonaccini, presidente da região de Emilia Romagna, disse que partes do decreto eram confusas e pediu ao primeiro-ministro por mais tempo para encontrar soluções mais "coerentes".
Em todo o mundo, navios de cruzeiro cheios de passageiros enfrentaram seus próprios problemas de vírus.
Autoridades da Califórnia decidiram no sábado onde atracar o navio de cruzeiro Grand Princess, depois de 21 testarem positivo para o vírus. Há evidências de que o navio que está agora em ponto morto em San Francisco era o local de reprodução de um grupo mortal de quase 20 casos durante uma viagem anterior.
"Aqueles que precisarão estar em quarentena estarão em quarentena", disse o vice-presidente dos EUA, Mike Pence. "Aqueles que precisarão de ajuda médica receberão." O presidente Donald Trump disse que preferiria não deixar os passageiros desembarcarem em solo americano, mas iria recorrer a especialistas médicos.
No Egito, um navio de cruzeiro no Nilo com mais de 150 pessoas a bordo estava em quarentena na cidade de Luxor, no sul, após 12 testes positivos.
Também neste sábado, o porto de Penang, na Malásia, recusou o navio Costa Fortuna, porque 64 dos 2.000 a bordo são da Itália. O navio já havia sido rejeitado pela Tailândia e agora está indo para Cingapura.
E em Malta, que relatou seu primeiro caso do vírus no sábado, o navio MSC Opera concordou em não entrar no porto do país mediterrâneo em meio a preocupações locais - mesmo que não haja suspeita de infecções a bordo. O navio seguiu para Messina, na Sicília, onde os passageiros foram autorizados a desembarcar depois que as autoridades revisaram os registros médicos.
Embora muitos cientistas digam que o mundo está claramente envolvido em uma pandemia - um grave surto global - a Organização Mundial da Saúde ainda não o está chamando assim, dizendo que a palavra pode assustar o mundo ainda mais.
O vírus ainda é muito menos difundido do que as epidemias anuais de gripe, que causam até 5 milhões de casos graves em todo o mundo e até 650.000 mortes anualmente, segundo a OMS.
No Irã, o medo do vírus e a diminuição da credibilidade do governo se tornaram um grande desafio para os líderes que já estão sofrendo com as sanções americanas. Mais de 1.000 infecções foram confirmadas durante a noite, elevando o total do país para 5.823 casos, incluindo 145 mortes.
O governo declarou uma "jihad sagrada" contra o vírus: usando máscaras de gás e roupas impermeáveis, membros da Guarda Revolucionária do Irã pulverizaram desinfetantes nas ruas e hospitais.
A Coréia do Sul, o país mais atingido fora da China, registrou 93 novos casos na manhã de domingo, elevando o total para 7.134, com 50 mortes no total.
Países fora da Ásia intensificaram os esforços para controlar o surto.
A Arábia Saudita proibiu espectadores em qualquer competição esportiva a partir de sábado. As equipes esportivas da NBA e britânicas estão pensando em fazer o mesmo.
"Não jogo se não houver fãs no meio da multidão", disse LeBron James, estrela do Los Angeles Lakers. "É para quem eu jogo."
A Espanha enviou a polícia para impor uma quarentena. A Áustria confiscou 21.000 máscaras descartáveis que uma empresa turca contrabandeava a bordo de um ônibus de turismo, buscando lucrar com a crescente demanda. Enquanto isso, a polícia turca ameaçou ações legais contra contas de mídia social acusadas de espalhar informações falsas sobre vírus.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA estão pedindo aos idosos e pessoas com condições médicas graves que “fiquem em casa o máximo possível” e evitem multidões.
A maioria das pessoas que contrai o vírus tem casos leves, embora os idosos enfrentem maiores riscos. Entre os muitos casos novos na Europa, no sábado, estava um médico na Eslovênia que estava em contato com mais de 100 pessoas em um lar de idosos após uma viagem de esqui à Itália vizinha.
Os mercados globais estavam desfrutando de um descanso de pânico no mercado no fim de semana, mas a economia mundial enfrentava danos crescentes. A China, maior trader do mundo, informou no sábado que suas exportações caíram 17,2% em relação ao ano anterior, em janeiro e fevereiro.
A maioria das pessoas em Wuhan, na China, ainda é impedida de sair de casa.
Por Joe McDonald e Angela Charton
FONTE:
EM INGLES:
https://www.theepochtimes.com/italy-announces-quarantine-affecting-a-quarter-of-population_3264119.html
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