sexta-feira, 18 de abril de 2008

O SOMBRA – A Face Oculta da Globalização

Sem qualquer sombra de dúvida, a vida do nosso herói nada teve em comum com a do seu homônimo do rádio, do cinema e das histórias em quadrinhos. Não possuindo nenhum charme, carisma ou "glamour", sua única e duvidosa contribuição à elegância da época foi o uso de um inseparável chapéu de abas largas e de camisas sociais com colarinhos altos e engomados.

Nascido em Houston, Texas, era o sétimo filho de um próspero e abastado banqueiro, negociante, exportador, grande latifundiário e fazendeiro de algodão e açúcar, que representava interesses britânicos nos Estados Unidos. Discreto, arguto e aplicado, recebe primorosa educação superior voltada para o excitante mundo dos grandes negócios, das articulações e do lobby político.

À semelhança dos "marqueteiros eleitorais" de nossos dias, de quem foi, sem dúvidas, o inequívoco precursor, ele se dedica, de corpo e alma, à formulação de campanhas eleitorais para o governo do Texas, sempre vitoriosas. Elege, sucessivamente, para o cargo, os governadores Hogg, Culberson, Sayers e Lanham.

A despeito de sua grande modéstia e simplicidade, recebe pela proeza de eleger tantos governadores o título de Tenente Coronel da Guarda Nacional do Texas. Demonstra satisfação e orgulho pela patente, e por ela fica desde então conhecido, passando à história como o "Coronel".

As indiscutíveis qualidades do "coronel sombra", personalidade discreta e confiável, sólida formação acadêmica, sucesso profissional esplendoroso, perfil sócio-político liberal apesar de idéias em favor de um governo central totalitário, porém tolerante e de cunho social, fazem dele o interlocutor favorito da elite oligárquica européia.

Secretamente, esse grupo de líderes pretendia lançar os alicerces de uma Nova Ordem Mundial, mais conveniente a seus interesses no continente americano, um tanto contrariados desde a guerra da independência. Manejando poderosos interesses políticos, comerciais e econômicos no Novo Mundo, lembravam-se, com grande nostalgia, de que a antiga ordem lhes dera os tempos aventureiros dos séculos XVIII e XIX e o despertar da Idade Industrial, bem como as delícias da chamada "Pax Britannia" com os impérios coloniais Espanhol, Português, Holandês, Francês, Germânico e Britânico. Apesar da coligação de forças e interesses que a inspirara ser meramente terrena, apátrida e sem visíveis motivações religiosas, essa Era tinha sido, essencialmente, um tempo de paz forçada, administrada segundo o código de ética cristã.

A despeito da solidez aparente, tal ordenamento colonialista começou a esbarrar na força emergente da América, contrariando a velha tese oligárquica de que o Terceiro Mundo era inferior à sociedade civilizada da Europa Ocidental. Foi, assim, que a antiga aspiração européia de manipular o destino do Novo Mundo esbarrou na contundente derrota dos ingleses em Yorktown, Virgínia, em 1781. Ali, muito embora a guerra da independência ainda estivesse em curso e a Revolução Francesa viesse a demorar oito anos para ocorrer, a Velha Ordem era sepultada, para sempre, e o mundo se obrigava a mudar suas ambições imperiais hegemônicas asseguradas pelo simples uso do poder da guerra. Quando a América começou, finalmente, a flexionar seus músculos, os poderes elitistas europeus entenderam que aquelas imensas riquezas não mais poderiam ser mantidas ou controladas à força.

A sutil alternativa seria o uso da astúcia, movida pelo investimento financeiro, pela ação de pessoas aliadas, pela compra de núcleos de iniciativa empresarial, mesmo que ainda incipientes, e pela aquisição de vastas porções de terras.

Mas, sobretudo, sabiam os financistas e negociantes europeus que poderiam controlar a economia dos Estados Unidos se lhes pudessem impor um equivalente americano ao Bundesbank, ao Banco da Inglaterra, ou ao Banco da França, isto é, um Banco Central Independente e... privado...! Para liderar tarefa tão ambiciosa, complexa e secreta precisavam da competência e da discrição de um aliado americano, leal e competente, plantado no coração do governo. O "Sombra", portador de inusitada e impressionante obra de engenharia política, formação e antecedentes familiares impecáveis, tornava-se o natural aspirante para a formidável tarefa de eleger e tutelar um Presidente da República dos Estados Unidos ! Afinal, desde aquela época, já se afirmava que... "nenhum outro norte-americano do seu tempo foi tão bem e proximamente relacionado com tantos homens de prestígio internacional"...1, especialmente banqueiros, a quem fora introduzido pelo pai durante seu período de educação na Grã-Bretanha.

Aprovado unanimemente para a missão, sua primeira tarefa seria selecionar o nome ideal à candidatura presidencial. A escolha recai sobre a apagada figura de Woodrow Wilson, a quem é apresentado em 1911. Desde esse encontro, passou a concentrar esforços no sentido de obter sua indicação à presidência pelo partido Democrático, cuja decadência eleitoral era notável àquela época. Recebendo o apoio integral e ostensivo de famílias americanas de prestígio político e financeiro como os Rockefeller, Jacob Schiff, Bernard Baruch, Thomas Fortune Ryan e Adolf Ochs, não teve grandes dificuldades em consegui-lo. Wilson era um homem digno, sem mácula e um cristão honrado, porém totalmente alheio às complexidades das finanças internacionais e do governo federal. Refém da imensa força que o apoiava, tão logo eleito, em 1912, delega ao Coronel plenos poderes nessa área. O "Sombra" torna-se, então, a eminência parda do Poder e responsável direto pelas providências que facilitariam a influência da banca internacional sobre a liberdade e a integridade patrimonial e política da América.

O "SOMBRA" COORDENA A FUNDAÇÃO DO ''FED"
- UM BANCO CENTRAL PRIVADO PARA OS ESTADOS UNIDOS!!!


..."Eu acredito que as instituições bancárias sejam mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos aprestados. Elas já criaram uma aristocracia do dinheiro que desafia o governo. O poder de emissão do dinheiro devia ser tomado dos bancos e restaurado ao governo, seu legítimo proprietário"...
THOMAS JEFFERSON.

Havia no seio da sociedade americana, no início do século XX, uma sensação generalizada de medo. Crises financeiras, ocorridas ao correr do século XIX, com especial ênfase nos anos de 1873 e 1893, haviam deixado marcas de profunda insegurança na população. Em 1836, havia cerca de 12.000 tipos de moedas em circulação no país, das quais, cerca de 5.000 eram totalmente fraudulentas ou falsas.

Não existia coordenação monetária unificada e cada banco em funcionamento emitia sua própria moeda, lastreada em espécie, prata ou ouro. Era, como se percebe, um sistema caótico. Havia, porém, sérias resistências populares à criação de uma autoridade bancária central, pela memória, ainda muito viva, dos tempos coloniais de severa submissão aos rígidos padrões monetários ingleses. Somente com a eclosão da guerra civil, em situação de grave crise, o país logrou imprimir, pela primeira vez na sua história, uma moeda verdadeiramente nacional, denominada "Greenbacks".

Apesar do largo alcance dessa medida, os banqueiros, emissores de moedas próprias, obtiveram do Congresso certas restrições para uso dos Greenbacks, que ficaram limitados ao pagamento de salários dos soldados e transações correntes dos cidadãos, não podendo ser usados na quitação de juros da dívida interna, impostos ou tarifas de importação. Paralelamente aos Greenbacks, circulavam o ouro e a prata, fazendo com que, ao final da guerra, a nova moeda tivesse perdido fé pública e seu valor reduzido a apenas 30% do poder liberatório inicial. Tal sistema, aliado às crônicas crises de escassez de moeda, inflação, deflação ou depressão, que se alternavam, respondiam pelos temores dos cidadãos.

Em 1907, nova crise se apresenta e o povo entra em pânico... "Centenas de milhares de pessoas perdem suas propriedades, milhares de trabalhadores perambulam pelas ruas. Não havia dinheiro. As pessoas haviam depositado seu dinheiro nos bancos, mas os bancos estavam fechados"...2. Então, aproveitando o momento crítico, os banqueiros começam a trabalhar na criação de uma nova moeda e de um sistema financeiro que lhes permitisse a concessão de créditos em larga escala. Eles já vinham pregando, há anos, a idéia de um banco central para os Estados Unidos. Alegavam que, então, não haveria mais escassez de moeda, nem pânico, nem depressões, inflação ou deflação... "Os banqueiros haviam se empenhado nesse objetivo há anos e podiam esperar. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo. E os seus métodos eram tão sutis, tão refinados e tão secretos que as pessoas jamais saberiam o quanto estavam sendo roubadas"...3.

Em novembro de 1910, houvera uma reunião preparatória, sigilosa, entre poderosos do mundo e líderes financeiros americanos, na paradisíaca ilha de Jekill, em frente à costa do Estado da Geórgia. Os participantes mais poderosos foram, do lado americano, o senador Nelson Aldrich, avô do banqueiro e multi-milionário Nelson Rockefeller e, pela oligarquia européia, Paul Moritz Warburg. Paul Warburg representava a poderosa Casa Rothschild, da Alemanha, e, havendo se mudado para New York em 1902, comprou, com dinheiro dos Rothschild, importante participação societária na prestigiosa Casa Bancária Kuhn, Loeb & Co. daquela cidade.

Os demais sócios na empreitada eram Jacob Schiff, cabeça da instituição por casamento com Teresa Loeb e Otto Kahn. Paul Warburg, também titular de negócio próprio, a Casa Warburg, de Hamburgo, era igualmente casado com uma filha do Sr. Loeb, sendo, portanto, cunhado de Jacob Schiff. Pelos laços do parentesco, tornara-se ainda mais sólido o investimento.

Como já visto, o que esses banqueiros desejavam, e para isso vinham se preparando há tanto tempo, era instituir um sistema financeiro privado que desse fim à desordem e à insegurança reinantes. Ele deveria, entretanto, ser estabelecido pelo governo federal, que ficaria inteiramente responsável pelas obrigações contraídas ante o banco central privado. As cédulas de dinheiro emitidas seriam papéis privados e geridos, exclusivamente, pelo sistema bancário.

Os bancos, então, poderiam, em conjunto, controlar a oferta monetária, determinar as taxas de juros e o volume do crédito. Com organização tão precisa, eles teriam o controle financeiro total do país e do destino de seu povo. Foi, portanto, com esse intuito que o grupo de conspiradores passou duas semanas articulando-se na ilha de Jekyll. Viajaram de New York para a Georgia num trem particular, hermeticamente fechado; usaram codinomes e foram servidos por pessoas que não puderam saber quem eles eram. Os princípios gerais das matérias debatidas foram acordados e podem ser sintetizados nesta assertiva de Paul Moritz Warburg:..."Precisamos fugir desse estigma de empresa privada. Temos de convencer o povo de que é uma agência governamental. Temos que batizá-lo de Sistema da Reserva Federal (Federal Reserve System)"...4. Faltava, apenas, quem materializasse, na prática, essas idéias tão ousadas, tarefa naturalmente reservada para a extrema competência do Sombra.

O Coronel, como vimos, entrara em ação e Wilson, indicado candidato democrata, venceu a corrida presidencial contra Ted Roosevelt. De sua plataforma eleitoral, redigida pelo Coronel, constavam duas promessas solenes: a primeira, de se opor, tenazmente, ao poder dos banqueiros de Wall Street; a segunda, de manter os Estados Unidos longe da guerra. Logo depois de eleito, Wilson, inspirado nas idéias e pressões do Sombra, faz passar a Décima Sexta Emenda à Constituição que lhe permite aprovar, em pleno recesso do Congresso no Natal de 1913, o projeto de criação de um conjunto de doze bancos regionais, de controle acionário privado, cada um deles denominado Federal Reserve Bank of... (nomes individuais das regiões onde fossem instalados), constituindo um sistema integrado (Federal Reserve System). Este, por sua vez, governado por um "board", com membros indicados pelos acionistas privados e pelo governo central, denominado Federal Reserve Board. Além disso, ainda aconselhado pelo Coronel, Wilson consegue aprovar a legislação que altera regras da cobrança e vinculação específica de receitas do Imposto de renda, obrigando o contribuinte americano a pagar diretamente pelos empréstimos que os banqueiros passariam a fazer ao Tesouro, através do Fed, com moeda que os doze bancos do Sistema estavam autorizados a emitir livremente. "De uma só penada, o controle da economia dos Estados Unidos e do sistema monetário foi removido do Congresso, a quem esses poderes eram conferidos pela Constituição5. E, daquele momento em diante, a economia passou a ser controlada, anonimamente, por banqueiros e homens de finanças, na mera qualidade de acionistas, "proprietários" do sistema bancário central privado, o Federal Reserve System... O povo deixava de ser o senhor absoluto do destino de seus impostos e do Orçamento, uma vez que a arrecadação do imposto de renda estava, agora, diretamente vinculada à satisfação dos financiamentos concedidos pelo Fed. ao Tesouro. Era a ascensão definitiva do "Money Power"...apesar de, enigmaticamente, essas duas medidas, que garantiram o domínio financeiro dos Estados Unidos pelos capitalistas da banca privada, também constassem do ideário propugnado pelo... "Manifesto Comunista"!... A título de ilustração, recomendamos uma rápida passada de olhos no anverso de qualquer nota de dólar americano, até encontrar um pequeno selo, de forma circular, com uma letra maiúscula ao centro, à esquerda da efígie presidencial. Este selo identifica qual dos doze bancos regionais do FED. a emitiu... Essa verificação, entretanto, só será possível em cédulas emitidas antes de 1998, pois as de nova efígie, impressas recentemente, omitem tão interessante informação. Elas agora mostram apenas, no mesmo local, a logomarca do Federal Reserve System...Quanto à segunda promessa da campanha, três anos depois de eleito Wilson se transforma num defensor intransigente da guerra, visando a ... "tornar o mundo seguro para a democracia"... O FED financia o esforço nacional para o conflito e credencia seus membros como "dealers" na venda de bônus de guerra, aumentando seus lucros. Porém, o que nem Wilson, nem o Sombra, conseguiram dissimular, foi o fato de que a entrada dos Estados Unidos na I Grande Guerra, além das alegadas razões altruísticas, permitiu aos banqueiros internacionais, acionistas do FED, cobrarem os enormes empréstimos que haviam feito antes à França e à Inglaterra, então inadimplentes. Com o portentoso nascimento do Fed, unindo no maior e mais poderoso empreendimento financeiro da história da humanidade o poderio dos Rothschild, Warburg, Schiff, Kahn, Loeb, Belmont, Morgan e Rockeffeler, a oligarquia política e financeira européia, pelas mãos competentes do Sombra e de Woodrow Wilson, consegue, na prática e em nome do controle total das finanças globais, algo sublime e antes inimaginável: um sincretismo de capitais, que sincroniza séculos e séculos num portentoso casamento aparentemente indissolúvel.

O resultado desse casamento se revela, em sua verdadeira grandeza, no pós-guerra, quando, na reunião de Bretton Woods, o dólar americano, uma simples moeda de emissão particular, é escolhido como valor de referência e centro planetário, peso e medida do sistema financeiro internacional!!! O mundo tem, enfim, sua moeda fundamental, porém ainda não a única, controlada integralmente pela banca privada, embora disso não se tenha apercebido claramente, sendo esta a herdeira universal de todo o imenso e inesgotável poder que tal capacidade possa representar!!!

O SOMBRA COORDENA A CRIAÇÃO DO COUNCIL ON FOREIGN RELATIONS - C.F.R.

....."Há um poder oculto tão organizado, tão sutil, tão atento, tão fechado em torno de si próprio, tão completo, tão corruptor que não se pode elevar a voz quando se desejar criticá-lo"
WOODROW WILSON, APÓS DEIXAR A PRESIDÊNCIA.

Apesar da vitória aliada na I Guerra Mundial, seus horrores e as mortes de dezenas de milhares de cidadãos e soldados chocaram as populações e os governantes da Europa e da América. Depois de calados os canhões, os principais líderes políticos, intelectuais, financeiros e de negócios entenderam ser imprescindível lançar sementes que pudessem vir a estabelecer as fundações de um governo global unificado, eliminando divergências entre estados nações e prevenindo a ocorrência de uma outra guerra devastadora. Essa elite de líderes também percebeu que, caso alcançasse tal objetivo, estaria gerando uma tremenda oportunidade de garantir, para si e seus associados, poder e riquezas além da imaginação. Constataram, entretanto, que pouquíssimas pessoas estariam dispostas a abrir mãos da soberania de seus países em favor de uma denominação estrangeira inerente a um governo mundial unificado. Em razão disso, entenderam que, para atingir seus objetivos finais, deveriam organizar e impor seu projeto de um governo global e totalitário, de forma lenta, sub-reptícia, utilizando no seu preparo a colaboração de organizações semi secretas e de lealdades forjadas a qualquer preço... Essas instituições, muitas vezes de utilidade e uso públicos, guardariam unidade de operação, obedientes às diretrizes emanadas de outras organizações hierarquicamente superiores, numa administração de ordenamento e sigilo piramidais. Um esquema organizado dessa forma, com largos e generosos financiamentos, permitiria, como de fato vem ocorrendo paulatinamente, desde então, que o pensamento convergente, unificado, globalizado, alcançasse a mídia, a universidade, os partidos políticos, a consciência popular, os parlamentos e, até mesmo, certas confissões religiosas. Banqueiros, que participaram intensamente do esforço de eleição de Wilson e dela se beneficiaram assumindo o controle acionário do Fed., não mediram esforços financeiros e políticos para alcance desses objetivos, já parcialmente atingidos em sua operosa esfera de atuação. Como fez, por exemplo, Paul Warburg, ao declarar aos senadores norte-americanos: "Teremos um governo mundial, gostemos ou não disso. A única questão é, somente, sabermos se o governo mundial será atingido por consentimento ou por conquista"

6. Disposta a opinião pública, depois de longo e elaborado preparo que envolveria ações desses centros de poder, de seus líderes e prepostos, a implantação formal do projeto poderia, então, ser feita em caráter definitivo. Era preciso, entretanto, que o primeiro passo fosse rapidamente implementado.

Delegados à Conferência de Paz, em Paris, 1919, reuniram-se em 30 de maio no Hotel Majestic para traçar diretrizes que conduzissem os governos mundiais a uma resultante unificada. Não obstante, o pretexto oficial para essa reunião foi o de fundar um organismo que congregasse líderes privados das finanças, comércio e indústria, os quais atuariam como "Conselheiros" de seus respectivos governos no planejamento da política econômica e nas relações exteriores, para fins de cooperação internacional. Com esse espírito, os Estados Unidos, liderados por um representante pessoal do Pres. Wilson à Conferência, congregaram um elenco de "pesos pesados" do cenário mundial e fundaram o Council on Foreign Relations - C.F.R. Estabelecido em New York em 1921, com um corpo inicial de 273 membros notáveis, sua porção mais visível é um lindo prédio naquela cidade, denominado Pratt House, na esquina de Park Ave. com a Rua 68, coincidentemente muito próximo à Embaixada Russa. O Sombra era esse representante diplomático e foi, certamente, o responsável pelas principais idéias que têm norteado suas ações ao longo dos anos. Simultaneamente à criação do C.F.R., organizações paralelas foram fundadas em diversos outros países de forma a alinhá-los com os planos crescentes de uma verdadeira associação mundial.

Assim, em Londres, Inglaterra, uma elite semelhante formou o Royal Institute of International Affairs (Grupo Chatam House); na França, em Paris, surgiu o Centre D´Etudes de Politique Étrangère e em Hamburgo, Alemanha, o Institut Fur Answartige Politik, todos empenhados em conciliar interesses europeus com diretrizes do C.F.R. Posteriormente, o sistema foi tomando sua dimensão tentacular contemporânea, ante a criação, adesão e incorporação de instituições como o Grupo dos Sete, a Comissão Trilateral, o Diálogo Interamericano, o Consenso de Washington, a Sociedade Liberal de Mont Pélérin, The Bilderbergers, The Alliance, The Council of Europe, o Clube de Paris, o Clube de Roma, o Movimento Federalista Mundial, a APEC, a Mídia mundial, algumas das mais conceituadas Universidades, as sociedades secretas, a maioria das Organizações Não Governamentais (ONGs), etc... Quanto ao C.F.R., é fato notório que, desde a sua fundação, vem atraindo para seus quadros homens de poder e influência e, em contrapartida, conhece meandros do poder e os indica a membros selecionados. Tal capacidade ficou explícita a partir de 1940, quando, a convite do Pres. Roosevelt, oficiais do C.F.R. ganharam influência sobre o Departamento de Estado e tem-na mantido, desde então. Basta conhecer que foram membros do C.F.R. todos os Secretários de Estado, menos um, desde 1940 e todos os Secretários da Guerra/Defesa, sem exceção, desde 1940. Essa influência, a partir daí, só tem feito crescer e se espalhar por outras áreas vitais da sociedade americana, ganhando depois o mundo. "Não seria exagero afirmar que esse grupo de elite tem formado o verdadeiro governo secreto dos Estados Unidos desde 1945, uma vez que, além de líderes dos negócios, financeiros, intelectuais, militares e políticos, nele se incluem os líderes dos partidos Republicano e Democrático"7. Durante a eleição presidencial de 1992, os americanos puderam escolher entre os "sabores presidenciais" que o C.F.R. tinha para lhes oferecer, pois, segundo o "Council On Foreign Relations Annual Report For 1993", o Chairman Peter Peterson orgulhosamente informava aos distintos associados que os candidatos presidenciais, George Bush, Bill Clinton e Ross Perot eram todos membros do C.F.R". Associados do Conselho também já controlaram ou controlam a NBC, a CBS, o New York Times, o Washington Post, o Los Angeles Times, o Des Moines Register, e muitos outros jornais de primeiríssima linha. Os líderes das revistas Time, Life, Newsweek, Fortune, Business Week e de inúmeras outras publicações também são membros do C.F.R. Outros, dominam as demais mídias, o mundo acadêmico, sindicatos, corporações de topo, segmentos militares e praticamente todas as áreas de importância da vida americana, como se pode depreender da lista que se segue: Federal Reserve Board; FMI; Banco Mundial (Bird); GATT; Fundações Rockefeller, Ford e Carnegie; Chase Manhattan Bank; First Nat´L City Bank; J.P.Morgan Bank; Universidades de Harvard, Columbia, Chicago e Yale. No campo da política externa, o braço visível do C.F.R. é a revista Foreign Affairs. Sentado no topo dessa imensa pirâmide de poder, como "Chairman of the Board, reina, absoluto, David Rockefeller.

..."Como em todas as outras nações do mundo, também nos Estados Unidos existe uma organização que atua por trás das cortinas. Ela possui um enorme poder. Tem controlado a política econômica e os objetivos da política externa dos EEUU pelos últimos 70 anos, quer o homem sentado na Casa Branca tenha sido Democrata ou Republicano, liberal ou conservador, moderado ou extremista. Este poder paira acima de quaisquer eleições, porém tem sido sempre capaz de promover seus resultados. Além da administração da riqueza, seu principal objetivo é o estabelecimento de um governo mundial único, onde o controle do dinheiro estará nas mãos de um ou mais bancos centrais privados e independentes"...

8. Da mesma forma, entre a intelectualidade americana já existe a firme convicção de que ... "para o bem ou para o mal, as Nações Unidas como agora as conhecemos, o FMI, o Banco Mundial e o Acordo de Bretton Woods não foram trabalho do governo dos Estados Unidos, por si próprio, mas de membros do C.F.R. encarregados de cumprir metas daquela organização"...9

O SOMBRA COORDENA A CRIAÇÃO DA LIGA DAS NAÇÕES

"Estamos nos aproximando do momento em que a única escala efetiva de operações de alguma importância será a escala global. Os estados nações terão que ser privados de sua soberania e subordinados à soberania de um governo mundial global. Penso que esse estado mundial necessitará de uma polícia armada e deverá dispor de força suficiente para poder impor a paz... O povo de cada atual estado soberano independente terá de renunciar à soberania de seu país e subordinar-se à soberania suprema de um governo mundial estabelecido".
ARNOLD TOYNBEE, HISTORIADOR, IN "SURVIVING THE FUTURE."

"Para se chegar ao governo mundial será necessário remover das mentes dos homens o seu individualismo, a lealdade às tradições familiares, o patriotismo nacionalista e os dogmas religiosos"
BROCK CHISOLM, U.S. WORLD HEALTH ORGANIZATION

O passo mais significativo do Sombra em sua agenda globalizante foi, em 1920, após o fim da I Grande Guerra, conduzir Wilson à criação da Liga das Nações. "Esta foi a primeira tentativa realmente séria de se estabelecer um governo mundial unificado"

10, e ..."embora o Coronel..., conselheiro do Pres. Woodrow Wilson tivesse feito todo o possível para iludir a América levando-a a se filiar à Liga das Nações, baseada em Genebra, o Senado dos Estados Unidos reconheceu os perigos de uma interferência e dominação estrangeiras. O Senado recusou-se a ratificar a filiação da América e manteve os Estados Unidos fora do sistema internacional até o final da II Grande Guerra". Esta rejeição, pelo Senado, foi uma ducha de água fria nos planos do Coronel e adiou a agenda globalista por várias décadas

(11). Desapontado, porém não vencido, o Sombra e seus amigos continuaram a marchar em direção aos planos do governo mundial e foi, então, que fundaram o Conselho de Relações Exteriores (C.F.R.), na forma anteriormente relatada, como alternativa de conquista do poder global pela via indireta, em caso de fracasso da Liga das Nações.

Constava dos planos secretos de criação da Liga que esta, como embrião de um futuro governo mundial global, deveria diligenciar para que os estados membros se organizassem em torno de princípios comuns; aceitassem decidir disputas em cortes de justiça globais universalmente aceitas; formassem uma força policial capaz de impor sanções decretadas pela Liga aos seus membros; adotassem moeda e sistema bancário únicos; aceitassem a abolição de fronteiras fixas, do conceito de Soberania e de quaisquer princípios religiosos!!! Marx, ao que se afigura, não estava sozinho ao imaginar e afirmar que "a religião é o ópio do povo"... A recusa firme e heróica do Senado americano em aderir a um organismo com tal tipo de filosofia encontrou, sempre, firme apoio popular que, inclusive, vem demonstrando crescentes desconfianças em relação à ONU, que lhe sucedeu, e a outros organismos internacionais, como o FMI e o Banco Mundial (Bird). Movimentos de resistência interna, conhecidos como milícias, embora recebam do governo federal e do FBI, que lhes dá combate, tratamento de "fanáticos religiosos", têm como principal foco de repulsa a possibilidade, que vêem com sincera preocupação, de vir a ONU, em futuro próximo, substituir o atual sistema de governo e de aplicação da lei, tolhendo ou destruindo os valores mais fundamentais de sua sociedade e cultura: a justiça e a liberdade!!!

O SOMBRA DESAPARECE, DEIXANDO IMENSO LEGADO POLÍTICO
E A AGENDA DA "NOVA ORDEM'' E DA GLOBALIZAÇÃO


"O mundo é governado por personagens muito diferentes daquilo que é imaginado pelas pessoas que não estão por trás dos bastidores"
BENJAMIN DISRAELI - 1º MINISTRO DA RAINHA VITÓRIA

"Os tempos da soberania absoluta e exclusiva, entretanto, já passaram. Essa teoria jamais se conformou à realidade"
BOUTROS BOUTROS-GHALI, SECRETÁRIO-GERAL DA ONU - RELATÓRIO "AN AGENDA FOR PEACE, 1992

Em 1938, o Sombra, cujo nome de batismo era Edward Mandell House, veio a falecer. Seus planos de formação de um governo mundial unificado, entretanto, jamais foram abandonados ou interrompidos por aliados, seguidores ou patrocinadores.

Talvez o aspecto mais enigmático e curioso da fantástica história do Sombra é que, tendo ela ocorrido em solo da maior democracia liberal do planeta, os Estados Unidos, uma inédita e ainda pouco explicada associação de respeitados capitalistas, empresários e banqueiros, tenha financiado planos concebidos e executados por um assumido marxista, cujo objetivo final teria sido, nada mais nada menos, do que socializar os Estados Unidos. Em 1912, o Coronel House, bem ao seu estilo "low profile", escreveu um livro, sob a forma de romance ficcional, chamado Philip Dru: Administrator - A Story of Tomorrow, único documento do seu legado contendo idéias teóricas, onde ele defende uma "conspiração"(o termo é dele) através da qual ganharia o controle dos Partidos Republicano e Democrático e usaria a ambos como instrumentos da criação de governo mundial socialista. Assumiu, também, estar trabalhando pelo "socialismo como sonhado por Karl Marx" e defendeu a tese de que a economia mundial fosse gerida por uma oligarquia financeira anglo-saxônica e um ditador mundial servido por um "Conselho de Doze Homens Fiéis". O Coronel House, "amigo íntimo de homens internacionais famosos", deixou claro e patente que possuía sonhos realmente grandiosos. Entre estes, sobrepôs-se o da criação de uma Nova Ordem Mundial, dominada pelas finanças anglo-americanas, com ele próprio à frente, assumindo o papel do ditador propugnado em seu único livro. Para tanto, seria absolutamente necessário, em primeiro lugar, o colapso e a dissolução das monarquias da "antiga ordem".

Apesar do apoio incondicional que sempre recebeu de seus patrocinadores, maior do que qualquer outro homem na história da humanidade, O Sombra não viveu o bastante para ver realizados todos esses seus sonhos delirantes de poder. Porém, o generoso suporte financeiro dos banqueiros de Wall Street, conta-nos em voz baixa a história, que jamais faltou ou foi insuficiente para estimular os esforços revolucionários de Marx, Trotsky e Kerensky na derrubada de Nicolau II, o Czar de todas as Rússias, continuou fluindo, mesmo após a morte do Sombra, para a realização da fracassada utopia comunista na antiga União Soviética!!!

Qual seria, então, a explicação lógica para esse enigmático mistério, que juntou no mesmo jogo de influências e interesses, durante quase todo o Século XX, homens de negócios, políticos, intelectuais, idealistas, inocentes úteis, o "Manifesto Comunista", banqueiros capitalistas e revolucionários marxistas e leninistas...? Puro idealismo? Sonhos visionários de poder desmedido? Ambição irrestrita e desenfreada? Algum tipo de fervor determinístico ou transcendental? Ou, até mesmo, todos esses fatores combinados?

Ao arguto leitor, deixo estes elementos de provocação e o ônus das respostas que, não por acaso, passam a se constituir em parte do formidável e misterioso legado do Coronel House. Se, porventura, não se sentir à vontade para decifrar, a contento, tão intricado enigma, console-se: afinal, de todo o mal que se esconde nos corações humanos, só o Sombra sabe!!!...

POST-SCRIPTUM
Na primavera de 1991, num artigo denominado 'Muito merecida audiência para a Nova Ordem de Wilson", o jornal Washington Post, em artigo firmado pelo jornalista Edwin M. Yoder Jr., afirmava que já era hora do mundo dar o devido crédito ao Pres. Wilson e ao Coronel House como os verdadeiros autores da Nova Ordem Mundial e da Globalização. Que Deus os tenha!


(*) Este ensaio corresponde à parte do texto completo de livro do autor, em elaboração, com o nome provisório de "A Face Oculta da Globalização"

NOTAS
1.
Dicionário Conciso de Biografias, de SCRIBNER.
2. Dr. MARTIN A. LARSON, in The Storical Fight for Honest Money in the U.S.
3. Idem.
4. Idem.)
5. GRANT JEFFREY, in FINAL WARNING.
6. Em depoimento prestado à Subcomissão de Relações Exteriores do Senado Americano, em 17.02 1950.
7. GRANT JEFFREY in FINAL WARNING.
8. PAT ROBERTSON, in The New World Order, Word Pub. Pag.113.
9. Idem.
10. GRANT JEFFREY, in FINAL WARNING.
11. Idem.

Este artigo está presente em http://www.armindoabreu.ecn.br/

Sem comentários:

Enviar um comentário